Comentando Trovas

A ideia de comentar trovas me surgiu como uma atitude de rebeldia. Ao entrar na UBT-Rio, em 2005, com a intenção de desenvolver ali meu incipiente conhecimento do gênero trova, ouvia constantemente uma recomendação curiosa de meus irmãos-trovadores - “Trova não se comenta!” - quando alguém tentava explicar algum detalhe de sua composição.  Ora, minha prática escolar de ensino de língua portuguesa e literatura rejeitava esta postura; eu sabia que, ao contrário, os comentários enriquecem qualquer texto literário.

Quando passei a ser o editor do Boletim Informativo mensal da seção, resolvi criar naquele periódico, uma coluna onde pudesse exercer meu antigo hábito escolar, expondo algum aspecto relevante que valorizasse o conteúdo de nossas trovas, o que poderia dar ao leitor um prazer maior quando degustasse a beleza de um achado ou de um recurso especial usado em sua composição. Em 2017, a pedido da presidente da UBT-Seção Nova Friburgo, Elisabeth Souza Cruz, enviei alguns comentários para serem lidos em seu tradicional programa radiofônico “Show de Trovas”, que se mantém no ar até os dias atuais, assim como são publicados em alguns boletins informativos.

             Faço o mesmo, agora, neste espaço, em boa hora criado pela UBT Nacional, para contribuir principalmente com os novos trovadores na valorização de um gênero tão marcado por exigências formais, que devem ser respeitadas sem prejuízo do conteúdo, da ideia, do achado poético. (Renato Alves)