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Projetos

Estudo - Cultivo - Divulgação da Trova - por meio de Pesquisas, Palestras, Jogos Florais, Concursos de Trovas, Encontros de Trovadores, Oficinas de trovas, etc.

A TROVA

Nos livros literários e nos almanaques, a trova revela-se em todos os estilos: lírica, humorística, política e, sem precisar de erudição, filosófica. Trata-se de uma das mais antigas modalidades de poesia, e até hoje é uma das mais cultivadas, especialmente nos países de língua portuguesa.
Sua história remonta à Idade Média, vindo desde os trovadores provençais e ibéricos, passando pelos cantadores do Nordeste e do Sul do Brasil, até chegar aos cultores da trova moderna.
Historicamente a trova se referia a qualquer poesia ou canto. Seu nascimento está estreitamente associado à poética da Era Medieval.
Originou-se no Século XII, em Provença, sul da França, espalhando-se por toda a Europa.
O termo trova, segundo Silveira Bueno (1963, p. 199-200), provêm do latim medieval da palavra tropare, formada do grego tropoi, significando “procurar”. Foi com esse sentido que tropare entrou no vocabulário poético da época, evoluindo posteriormente em trobar e chegando ao português na forma trovar. “Mas quem procura acha”, conclui o filólogo, “e da significação de ‘procurar’ passou ‘trovar’ à imediata significação de ‘achar’, naturalmente achar inspiração, inventar”. Essa etimologia é confirmada por numerosos pesquisadores, tais como Cavalheiro (1989, p. 10), Cunha (1982, p. 794), Fernandes (1972, p. 14), Wanke (1973, p. 18) e outros.
Ainda hoje trouver (francês), trovare (italiano), trovar (espanhol e português) conservam o significado de “achar”, daí dizer-se que a trova é um achado. O poeta acha uma nova ideia, uma boa rima, ou, principalmente, um modo diferente de dizer coisas comuns.
Segundo Adelmar Tavares: "Nem sempre com quatro versos setissílabos, a gente consegue fazer a trova; faz quatro versos, somente".  Ou seja: não é trova se não houver o achado. Segundo ele, a  trova exige ser pensada antes de ser escrita. É importante que ela diga alguma coisa, tenha um achado, algo que lhe dê um quê especial, que a torne única entre as outras trovas, ou seja, personalidade.
A maioria dos dicionários define trova como composição poética ligeira e de caráter mais ou menos popular; quadra popular; canção; cantiga. Tal definição, ainda que incompleta, poderia talvez servir para indicar a trova provençal da Idade Média, as cantigas dos menestréis que animavam as antigas Côrtes francesas, portuguesas, ou mesmo os repentes, os desafios e outras manifestações poéticas dos cantadores, violeiros e cordelistas brasileiros. Não é, porém, exatamente essa a ideia que se tem hoje de trova.
Em Meus irmãos, os trovadores, Luís Otávio (1956) define a trova moderna como: uma composição poética de quatro versos setissilábicos, rimando pelo menos o segundo verso com o quarto, e tendo sentido completo (grifo nosso). Como se vê nesta amostra: Se toda gente soubesse / como custa querer bem,/ quanta gente gostaria / de não gostar de ninguém!/ (Octávio Babo Filho).
Na atualidade, o rigor é um pouco maior. A UBT – União Brasileira de Trovadores, principal entidade trovadoresca no Brasil, exige que seja rimado também o primeiro verso com o terceiro. Assim, a definição em vigor, e plenamente aceita, é a seguinte: trova é uma composição poética composta de quatro versos de sete sons (setissílabos), sem título, rimando o primeiro verso com o terceiro e o segundo com o quarto (abab), e tendo sentido completo.
Dadas as suas principais características, quais sejam: simplicidade, sonoridade, facilidade de memorização – é geralmente descrita como “poesia tipicamente popular”. E realmente é. No entanto a sua construção não é tarefa simples: exige criatividade, sensibilidade e técnica, virtudes que somente costumam estar reunidas em autênticos artistas. Assim descreve tal mister Adelmar Tavares: Oh, linda trova perfeita, / que nos dá tanto prazer.../ Tão fácil, depois de feita, / tão difícil de fazer!
Essa composição monostrófica, formada de quatro versos que condensam todo o pensamento ou emoção, é a forma preferida pela lírica popular, mas também é cultivada largamente por poetas de renome.
Segundo Jorge Amado[1], “Não pode haver criação literária mais popular, que fale mais diretamente ao coração do povo do que a trova. É através dela que o povo toma contato com a poesia e sente a sua força. Por isso mesmo, a trova e o trovador são imortais”. (JFRP, 2008, p.3).
No Brasil a trova está presente desde a chegada dos portugueses: veio nas caravelas de Cabral. Continuou com Anchieta; com Gregório de Matos; com os árcades (Alvarenga Peixoto, Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga); com os românticos (Casimiro de Abreu, Castro Alves, Fagundes Varela, Gonçalves Dias), com os parnasianos (Alberto de Oliveira, Olavo Bilac, Vicente de Carvalho); com os simbolistas (Alceu Wamosy, Alphonsus de Guimaraens, Cruz e Sousa, Emiliano Perneta), chegando aos poetas do modernismo (Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Guilherme de Almeida, Manuel Bandeira, Mário Quintana).
 
[1] VICTOR, Agenir Leonardo. “A trova: o canto do povo” - (trabalho de conclusão do curso de Comunicação Social das Faculdades Maringá), 2003.

ProGrama juventrova

Estudo - Cultivo - Divulgação da Trova - 
Entre as ferramentas utilizadas pela entidade, para o estudo e divulgação da trova, encontra-se o Programa Juventrova, ferramenta lúdica que pode servir de auxílio ao professor de língua portuguesa à introdução da criança/adolescente ao estudo do nosso idioma. Bem como, ferramenta de estimulação cognitiva para grupos de terceira idade, objetivo melhorar ou mesmo preservar o desempenho da memória; atenção; raciocínio; imaginação e linguagem, entre outros. Para tal utiliza a forma poética Trova, cuja simplicidade de aplicação é motivadora a crianças, jovens e adultos. Para tanto, o Programa realiza oficinas de trovas, palestras e concursos de trovas, que propiciam intensa interação entre os jovens e idosos de modo a instalar nos mesmos a curiosidade necessária ao progresso do aprendizado da Língua Portuguesa e ou estímulo cognitivo. E mais, sendo a trova um exercício de síntese, treina-os a produzir textos enxutos e não prolíficos;  desenvolve o raciocínio lógico, e pode viabilizar a maior participação de todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem, na formação de leitores e, principalmente na formação de cidadãos.

concursos de trova

  • Jogos Florais
  • Normatização dos concursos
  • Novos Veteranos

jogos florais

Os Jogos Florais na atualidade, são concursos literários (concurso de poesia no gênero trova, em língua portuguêsa, nos âmbitos: Nacional, Estadual e Estudantil), realizados sob a égide da União Brasileira de Trovadores.
Tido como o evento cultural mais antigo do mundo, iniciaram na Roma antiga, na forma de competições atléticas e literárias que ocorriam em homenagem a Flora, deusa dos jardins e da poesia.
O período entre 28 de Abril e 13 de Maio do calendário romano marcava a celebração dos Jogos Florais (ou Florálias – do latim floralia, ium), assim denominados por se tratar das festividades em honra de Flora, deusa da Primavera, das flores, dos cereais, das vinhas e das árvores frutíferas. Nos concursos, as cortesãs reuniam-se e dançavam nuas, ao som de trombetas, e as vencedoras eram coroadas de flores. No Circo Máximo, lebres e cabras, animais associados à fertilidade, eram soltos entre o público, para o qual se atirava também grão-de-bico e outras sementes relacionadas com a fertilidade. Durante estes dias, a usual roupa branca era trocada por roupas coloridas.
Com o correr dos tempos, estes jogos foram caindo em desuso, e a partir do sec. XIII, esta celebração passou a abranger apenas um concurso literário; continuaram ocorrendo na Idade Média (1323 – Toulouse – França), ao tempo dos jograis e menestréis, quando foi criada a Academia dos Sete Mantenedores dos Jogos Florais. Os vitoriosos recebiam troféus em forma de flores, tendo, então, tal modalidade de competição se espalhado por toda a Europa. A partir de então os poetas e amantes da escrita, em geral, tinham nesta data a possibilidade de apresentar as suas produções num concurso.
No Brasil, a primeira edição dos Jogos Florais foi organizada pelos poetas e trovadores Luiz Otávio e J.G. de Araújo Jorge na cidade fluminense de Nova Friburgo em 1960, considerada hoje o berço dos Jogos Florais. mas no seu esteio vieram outras, sendo promovido ainda hoje por um número expressivo de Seções da União Brasileira de Trovadores em diversas cidades brasileiras.

Boletim Nacional

  • Órgão de Comunicação Oficial da UBT, nos anos 60 intitulava-se Trovas e Trovadores.
Exclusivo para Assinantes

Pró-Memória

Tem por finalidade resgatar e preservar a história da entidade. Foi criado em 2014 pela então Presidente Domitilla Borges Beltrame
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