Maria Nascimento Santos Carvalho

Projeto Conhecendo Nossos Trovadores e as suas Trovas
O vídeo contêm breve biografia - Trovas e Fotografias
Breve Biografia
Maria Nascimento nasceu em Coruripe/AL, em 25 de dezembro de 1937, filha de Manoel Amparo Santos e Maria Carolina Santos. Residindo no Rio de Janeiro desde 1962. Jornalista, advogada, aposentou-se pela Universidade do Rio de Janeiro. Foi casada com o Trovador Elton de Carvalho falecido na década de noventa. Além de premiadíssima trovadora, é advogada de profissão, poetisa, sonetista e cronista. Entre outras obras, publicou: "Batel de Fantasias" - 1973 (trovas), "Preces de Amor" - 1977 (trovas), "Confissões de Amor" - 1989), "Promessas de Amor" – 2001. Pertenceu ao GBT Seção Guanabara, foi signatária da Ata de fundação da União Brasileira de Trovadores, presidiu a Seção Rio de Janeiro-RJ por muitos ano,sendo sua Presidente de Honra. Também presidiu a Seção Estadual do citado estado.
Trovas
Senhor: um medo infinito
ao ter que julgar me assusta,
premida pelo conflito
entre ser boa e ser justa!
Vendo como o tempo corre,
eu sinto medo do fim:
cada minuto que morre,
mata um pouquinho de mim...
As razões dos teus deslizes
tantas mágoas me causaram
que as marcas das cicatrizes
nunca mais cicatrizaram...
Solidários nas desgraças
dos males que não têm cura,
os olhos servem de taças
para o vinho da amargura!...
Mamãe, tua idade avança
e eu, triste, não me consolo
porque sou sempre a criança
que precisa do teu colo!...
A vida me faz cobrança
pelas chances que me deu...
Mas meus mitos de criança,
roubou-me, e não devolveu...
Não me orgulho em fracassar
quando as derrotas assumo...
é que eu não posso mudar
um rumo que não tem rumo!
Ensina com tolerância
à criança pequenina
a ver o que é bom na infância,
que o restante a vida ensina...
Quando você me critica
e aos amigos faz venenos,
o seu próprio gesto indica
qual de nós dois vale menos.
Se a distância por maldade,
tua presença me furta,
pelo atalho da saudade,
torno a distância mais curta.
Minha jangada se lança
num mar revolto e jamais
deixa no cais a esperança
ou volta, sem ela, ao cais...
Sofrimento não me assombra!
Se nos porões, eu me fiz
não vai ser mais uma sombra
que irá fazer-me infeliz.