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Antonio Augusto de Assis

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Projeto Conhecendo nossos Trovadores e as suas Trovas

O Vídeo apresenta breve biografia - trovas e fotografias

Breve Biografia

De batismo, Antonio Augusto de Assis. Para os amigos, A. A. de Assis ou simplesmente Assis. Nasceu nas montanhas da Bela Joana, em São Fidélis, estado do Rio de Janeiro, no dia 7 de abril de 1933. Filho de Pedro Gomes de Assis e Maria Ângela Guimarães de Assis. Em 25 de janeiro de 1958 casou-se na igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Cambuci/RJ com Tem duas filhas: Maria Ângela e Maria Paula, além de cinco netos e cinco bisnetos.

Conta-nos Assis, sobre sua vocação literária: “Desde menino fui sensível à arte literária. A poucos metros de nossa casa havia uma gráfica onde se imprimia O Fidelense (“um hebdomadário independente a serviço da coletividade”). Um dia criei coragem, escrevi um artigo e entreguei ao Subieta, dizendo: “Peça ao Doutor Jacy que dê uma olhada e veja se dá para publicar”.  Eu tinha 16 anos de idade. Não falei a mais ninguém sobre o tal escrito. No domingo seguinte, fui logo cedinho comprar o jornal... Tremi nas pernas: lá estava, ainda com aquele delicioso cheirinho de tinta, o texto que inaugurava minha vida de jornalista. Estranhei, porém, um detalhe: em vez de Antonio Augusto de Assis, como assinei no original, o nome que saiu embaixo do título foi A. A. de Assis.”

Chegou em Maringá no dia 17 de janeiro de 1955. Nessa época sua atividade principal era como vendedor em uma loja de  autopeças, porém nas horas vagas, principalmente à noite, foi se envolvendo com a imprensa. Como escrevia a maioria dos textos para imprensa da cidade, usava, tanto na Revista NP quanto no jornal A Tribuna, diversos pseudônimos: João Guido, César Augusto, Robson, Tabaréu, Bitão e outros. Em 1960 passou a residir em Nova Friburgo ali permanecendo por 1 ano. Sobre este período em sua biografia, conta-nos: “Em 1960, em Nova Friburgo-RJ, conheci pessoalmente o trovador Luiz Otávio. Ele ali estava, em companhia do poeta J. G. de Araújo Jorge, cuidando dos preparativos dos I Jogos Florais de Nova Friburgo, belíssima festa que marcou o início de um animado movimento literário que nos anos seguintes espalharia a “febre” do trovismo Brasil afora, com repercussão imediata em Portugal. Luiz Otávio, a quem fui apresentado pelo também trovador Delmar Barrão, “intimou-me” a aderir àquele movimento. Expliquei que minha iniciação tinha sido noutro gênero, tentei tirar o corpo fora, porém a argumentação foi irresistível. “Você pode escrever o tipo de poesia que bem entender, disse ele, mas, se quiser ficar conhecido em todo o Brasil, comece a fazer trovas”. Essa conversa ocorreu faz meio século. Comecei. Nunca mais parei. Não fiquei “conhecido em todo o Brasil”, no entanto posso dizer que em todo o Brasil tenho conhecidos, gente muito boa, amigos que, de tão queridos, chamo de irmãos e irmãs”.  Em 1963 retornou para Maringá-PR. Cursou Letras porque ainda não havia em Maringá o curso de Jornalismo. Depois, foi Professor no Departamento de Letras da Universidade de Maringá (aposentou-se em 1997). Mas nunca abandonou o Jornalismo. Foi  também jornalista e diretor de redação dos jornais  “Tribuna de Maringá” e “Folha do Norte do Paraná” e das revistas “Novo Paraná” (NP) e “Aqui”. Autor da Missa em Trovas. Integrante da Academia de Letras de Maringá e da União Brasileira de Trovadores – UBT – seção de Maringá, entidade da qual é Presidente de honra. Possui inúmeras publicações impressas e digitais das quais destacam-se: Publicações impressas: Robson (poemas); Itinerário (poemas); Coleção Cadernos de A. A. de Assis – 10  volumes (crônicas, ensaios e poemas); Poêmica (poemas); Caderno de trovas; Tábua de  trovas; A. A. de Assis – vida, verso e prosa (autobiografia e textos diversos). Histórias da História de Maringá. Em e-books: Triversos travessos (poesia); Novos triversos (poesia) A língua da gente (linguagem); Microcrônicas (textos curtos); A província do Guairá (história); Antologia 100 trovas inesquecíveis (coord.).

Trovas

Sinto os meus sonhos murchando,
perdendo a cor e a fragrância...
- Meu Deus, estou precisando
de uma transfusão de infância!

Amai-vos, e as derradeiras
muralhas hão de cair.
-- Havendo amor, as fronteiras
não têm razão de existir!

Na biblioteca há mil sábios
a nosso inteiro dispor.
-- Sem sequer mover os lábios,
cada livro é um professor.
 
O grande tenor se cala
ante o pássaro silvestre:
- é o discípulo de gala
querendo escutar o mestre!

Lembranças, velhas lembranças,
quantas lembranças cultivo...
Na falta de outras heranças,
é delas que eu sobrevivo!

A vida jamais se encerra...
e é bom sermos imortais.
- Amar você só na Terra
seria pouco demais!

Nas costas leva a criança
seus livros numa sacola;
nos olhos, leva a esperança
como colega de escola!

O livro é o portão de acesso
à liberdade e ao saber.
E nem sequer cobra ingresso:
basta abri-lo, entrar... e ler!

Na porta da eternidade,
documento não tem vez.
- O cartão de identidade
é o bem que em vida se fez!

Benditas sejam as vidas
que, alegres, serenas, santas,
vivem a vida envolvidas
em levar vida a outras tantas!

Deus fez a Terra... e, ao fazê-la,
deu-lhe o toque comovente:
fez o céu para envolvê-la
num pacote de presente!

A natureza protesta
sempre que alguém a maltrata:
- Se matas uma floresta,
vem o deserto e te mata!

Valente, o verde resiste
à foice, ao fogo, ao trator.
É a vida que, dedo em riste,
enfrenta o seu matador!

Dói muito ver um canário
cantando humilhado e triste
em troca do vil salário
de um punhadinho de alpiste!

Tão bela, tão generosa,
símbolo eterno da paz,
pede desculpas a rosa
pelos espinhos que traz!

Ouço ainda, ao longe, o canto
de um velho carro de boi...
Lembrança de um tempo e tanto,
que há tanto tempo se foi!

De dia caleja a palma
o irmão que cultiva o chão.
De noite alivia a alma
nas cordas de um violão!

O fruto é um santo produto
do mais generoso amor.
Por isso é que antes de fruto
quis Deus que ele fosse flor.

 
 
 

Endereço:

Rua Fernando Moreira, 370. Centro. CEP 80410.120. Curitiba-Paraná

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